Concílios

Concílios – expressão da comunhão das igrejas no amor do Senhor e na fé apostólica.

O Senhor Deus se alegra que os Seus filhos vivam em comunhão (Sl 133). O Senhor Jesus disse que o mundo nos reconheceria como discípulos dEle mediante o amor fraternal vivido por nós (Jo 13.35).

As igrejas de Cristo buscam viver a comunhão que alegra o Senhor e que testemunha Cristo ao mundo. A comunhão das igrejas é no Espírito Santo. Ela tem como base o amor e a unidade na fé ensinada pelos apóstolos às igrejas do Senhor (At 2.42; Ef 4.1-6).

As igrejas do tempo dos apóstolos viveram a comunhão, compartilhando suas necessidades e buscando resolverem juntas suas dificuldades. (At 11.27-30; 2 Co 9.1-5). A reunião entre os representantes das igrejas de Antioquia, de Jerusalém e apóstolos foi um bom exemplo da comunhão entre igrejas de Cristo (At 15). O Espirito Santo usou essa reunião para guardar o evangelho da graça, reprovar a heresia judaizante e estabelecer a paz entre as igrejas de Cristo daquela época.

Os concílios são expressões da comunhão no amor do Senhor e na fé apostólica. As igrejas de uma região se reúnem para formarem os concílios. Nestes concílios são tratados os assuntos que ajudarão as igrejas caminharem juntas no caminho da fé e do amor do Senhor Jesus Cristo.

As igrejas reformadas definem no regimento delas o que são concílios (Artigo 35): “Um concílio é uma reunião de delegados de igrejas. Cada igreja delegará, com as devidas credenciais, um ministro da palavra e um presbítero, ou dois presbíteros, se não tiver ministro. Excepcionalmente, diáconos podem ser delegados. Haverá pelo menos dois concílios por ano.”

As igrejas reformadas entendem que os concílios não são de natureza permanente e nem tem autoridade neles mesmos. São as igrejas locais que recebem autoridade direta de Cristo (Mt 18.15-20) e os concílios recebem autoridade dessas igrejas. Por isso, as igrejas reformadas se referem aos seus concílios como assembléia maiores, não permanentes e definem que a natureza da autoridade deles é por delegação. Esse entendimento é declarado em nosso regimento (Artigo 24): “As Assembléias Eclesiásticas: Além do conselho da igreja local que é uma assembléia permanente, serão realizados regularmente concílios que recebem a sua autoridade por delegação e são maiores só no sentido de abranger um número maior de igrejas. Estes concílios não têm caráter permanente.”.

Na história da igreja cristã a hierarquia prejudicou muito a vida da comunhão entre as igrejas. No decorrer do tempo as igrejas deram lugar a hierarquia e abriram mão da autoridade delas. Elas se colocaram debaixo de homens e de igrejas que amavam o poder. Por séculos a Igreja de Roma e seu bispo dominaram outras igrejas ocidentais. As igrejas orientais também sofreram com a hierarquia de seus patriarcas e da igreja em Constantinopla. Nesse tempo de hierarquia poucos concílios promoveram a comunhão das igrejas no amor e na fé apostólica.

A Reforma do Século XVI trouxe de volta os princípios bíblicos da autoridade das igrejas locais e combateu a hierarquia entre igrejas e oficiais. O nosso regimento que vem do tempo da Reforma diz (Art. 66): “Nenhum Domínio: Nenhuma Igreja dominará, de forma alguma, sobre outras Igrejas, e nenhum oficial sobre outros oficiais.” As igrejas reformadas repudiam a hierarquia dentro dos conselhos das igrejas locais e dentro de seus concílios.

Os concílios são parte da política eclesiástica da igreja cristã há séculos. Há princípios bíblicos e necessidades que motivaram as igrejas a se reunirem em concílios. Os concílios são uma bênção para as igrejas quando estas entendem a autoridade delas e se protegem contra a ganância pelo poder, as heresias e a hierarquia que historicamente tem prejudicado a comunhão e o testemunho das igrejas de Cristo diante do mundo. Portanto, as igrejas de Cristo precisam ser vigilantes para manterem os concílios como instrumentos de Deus para preservá-las a comunhão no amor e na fé apostólica. Pois está comunhão é a vontade de Deus, alegra o Senhor e testemunha ao mundo que somos igrejas de Cristo que vivem a comunhão do Espírito Santo.