CHAMADO DE PASTOR NAS IGREJAS REFORMADAS

CHAMADO DE PASTOR NAS IGREJAS REFORMADAS

A prática reformada é a de efetivar o chamado de um novo pastor em uma igreja por meio do documento conhecido como Carta Chamado.

São várias as situações nas quais uma igreja reformada pode chamar um ministro da Palavra (conhecido como pastor). Quando uma igreja é instituída, geralmente, ela logo chama um pastor para trabalhar em seu meio. Quando uma igreja possui um campo muito grande e precisa de mais trabalhadores na seara do Mestre, ela pode chamar mais pastores para realizar os trabalhos. Quando uma igreja ficou sem pastor e precisa chamar um ministro para ocupar a vaga, a igreja chama um novo pastor.

Depois de concluído o processo de eleição no qual toda a igreja participa da escolha do nome do pastor (ou seminarista aprovado em Concílio, chamado Proponente) para assumir os trabalhos da igreja, o Conselho envia ao candidato a Carta Chamado na qual apresenta os resultados da eleição, as pretensões no que diz respeito aos trabalhos a serem realizados na igreja e as condições de sustento que a igreja pode oferecer ao candidato e sua família (moradia, sustento financeiro, outros benefícios).

Depois que o candidato aceita a Carta Chamado (pode haver motivos apropriados para não aceitar), os documentos são enviados ao concílio seguinte para que seja confirmado e em seguida é marcado o dia da ordenação ao ministério da Palavra (caso o candidato seja um Proponente) ou a instalação na igreja (caso o candidato já seja um pastor vindo de outra igreja).

Essa é a prática dentro das Igrejas Reformadas do Brasil – IRB (e igrejas reformadas do exterior), quanto ao chamado de ministros da Palavra – por meio da Carta Chamado.

Esperamos que estas informações esclareçam o leitor interessado em conhecer a prática reformada sobre chamado de pastor. Porém, caso haja perguntas, fique à vontade para apresentá-las, usando a opção contato.

Concílios

Concílios

Concílios – expressão da comunhão das igrejas no amor do Senhor e na fé apostólica.

O Senhor Deus se alegra que os Seus filhos vivam em comunhão (Sl 133). O Senhor Jesus disse que o mundo nos reconheceria como discípulos dEle mediante o amor fraternal vivido por nós (Jo 13.35).

As igrejas de Cristo buscam viver a comunhão que alegra o Senhor e que testemunha Cristo ao mundo. A comunhão das igrejas é no Espírito Santo. Ela tem como base o amor e a unidade na fé ensinada pelos apóstolos às igrejas do Senhor (At 2.42; Ef 4.1-6).

As igrejas do tempo dos apóstolos viveram a comunhão, compartilhando suas necessidades e buscando resolverem juntas suas dificuldades. (At 11.27-30; 2 Co 9.1-5). A reunião entre os representantes das igrejas de Antioquia, de Jerusalém e apóstolos foi um bom exemplo da comunhão entre igrejas de Cristo (At 15). O Espirito Santo usou essa reunião para guardar o evangelho da graça, reprovar a heresia judaizante e estabelecer a paz entre as igrejas de Cristo daquela época.

Os concílios são expressões da comunhão no amor do Senhor e na fé apostólica. As igrejas de uma região se reúnem para formarem os concílios. Nestes concílios são tratados os assuntos que ajudarão as igrejas caminharem juntas no caminho da fé e do amor do Senhor Jesus Cristo.

As igrejas reformadas definem no regimento delas o que são concílios (Artigo 35): “Um concílio é uma reunião de delegados de igrejas. Cada igreja delegará, com as devidas credenciais, um ministro da palavra e um presbítero, ou dois presbíteros, se não tiver ministro. Excepcionalmente, diáconos podem ser delegados. Haverá pelo menos dois concílios por ano.”

As igrejas reformadas entendem que os concílios não são de natureza permanente e nem tem autoridade neles mesmos. São as igrejas locais que recebem autoridade direta de Cristo (Mt 18.15-20) e os concílios recebem autoridade dessas igrejas. Por isso, as igrejas reformadas se referem aos seus concílios como assembléia maiores, não permanentes e definem que a natureza da autoridade deles é por delegação. Esse entendimento é declarado em nosso regimento (Artigo 24): “As Assembléias Eclesiásticas: Além do conselho da igreja local que é uma assembléia permanente, serão realizados regularmente concílios que recebem a sua autoridade por delegação e são maiores só no sentido de abranger um número maior de igrejas. Estes concílios não têm caráter permanente.”.

Na história da igreja cristã a hierarquia prejudicou muito a vida da comunhão entre as igrejas. No decorrer do tempo as igrejas deram lugar a hierarquia e abriram mão da autoridade delas. Elas se colocaram debaixo de homens e de igrejas que amavam o poder. Por séculos a Igreja de Roma e seu bispo dominaram outras igrejas ocidentais. As igrejas orientais também sofreram com a hierarquia de seus patriarcas e da igreja em Constantinopla. Nesse tempo de hierarquia poucos concílios promoveram a comunhão das igrejas no amor e na fé apostólica.

A Reforma do Século XVI trouxe de volta os princípios bíblicos da autoridade das igrejas locais e combateu a hierarquia entre igrejas e oficiais. O nosso regimento que vem do tempo da Reforma diz (Art. 66): “Nenhum Domínio: Nenhuma Igreja dominará, de forma alguma, sobre outras Igrejas, e nenhum oficial sobre outros oficiais.” As igrejas reformadas repudiam a hierarquia dentro dos conselhos das igrejas locais e dentro de seus concílios.

Os concílios são parte da política eclesiástica da igreja cristã há séculos. Há princípios bíblicos e necessidades que motivaram as igrejas a se reunirem em concílios. Os concílios são uma bênção para as igrejas quando estas entendem a autoridade delas e se protegem contra a ganância pelo poder, as heresias e a hierarquia que historicamente tem prejudicado a comunhão e o testemunho das igrejas de Cristo diante do mundo. Portanto, as igrejas de Cristo precisam ser vigilantes para manterem os concílios como instrumentos de Deus para preservá-las a comunhão no amor e na fé apostólica. Pois está comunhão é a vontade de Deus, alegra o Senhor e testemunha ao mundo que somos igrejas de Cristo que vivem a comunhão do Espírito Santo.